Eficiência Energética é a ação mais barata para suprir o aumento de novas demandas por energia elétrica. Populações cujos governos incentivam investimentos na área e implementam politicas de economia de energia, são beneficiadas inclusive com redução da poluição e melhorias na saúde pública, protegendo o meio ambiente. Redução dos gases do efeito estufa e diminuição da temperatura do planeta, são consequências imediatas da redução da queima de óleo diesel para geração de energia.
Posicionado em vigésimo lugar no relatório do Conselho Americano para Economia Eficiente de Energia (ACEEE – 2018 – aceee.org), entre os 25
países que realizam ações de Eficiência Energética, o Brasil ainda tem ações tímidas. Lamentavelmente, a prática da eficiência energética ainda é subutilizada em todo o mundo, mesmo nos países desenvolvidos, com políticas avançadas para conter o desperdício de energia elétrica.
Na sua quarta edição, o relatório avaliou politicas e performances de 25 países que, juntos, representam 78% de toda energia consumida no planeta e 80% do produto interno produto mundial. Foram avaliadas as políticas e performances em quatro categorias: edificações, indústrias, transporte e esforços nacionais. São 36 itens estudados em cada uma dessas categorias e cada categoria pode obter no máximo 25 pontos.
Em 2018, o ACEEE priorizou as políticas públicas adotadas nos diversos países, metas de economia de energia, regulação na economia do uso de combustível veicular, certificações de energia em edificações e os diversos equipamentos, concedendo maior peso nessa pontuação. Itália e Alemanha empataram no primeiro lugar do ranking com 75,5 pontos do total de 100. Os top cinco incluem também Franca, Reino Unido e Japão. A França ganhou o primeiro lugar em Transporte, o Japão na indústria e Espanha e Alemanha em ações em edificações. Os piores países foram os Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita com 18 e 16,5, respectivamente.
O México foi o pais que mais evoluiu, aumentando 17 pontos de 2014 para 2016, devido aos esforços na realização de auditorias energéticas pela indústria. A média de pontos foi de 50,5, ficando o Brasil abaixo dessa meta, na vigésima posição com 36,5 pontos. Abaixo do Brasil vieram Rússia, Tailândia, África do Sul, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita.
“Nossos resultados mostram que todos os países se beneficiariam da adoção de políticas adicionais de eficiência energética”, disse Steve Nadel, diretor executivo da ACEEE. “Essas políticas reduzirão a dependência de importações de energia, criarão empregos, reduzirão a poluição e economizarão dinheiro para pessoas e empresas. Eles também ajudarão os países a permanecerem globalmente competitivos e atingir as metas climáticas ”, enfatizou, observando que a demanda global por energia deverá crescer 30% até 2040.
O relatório destaca ainda que o Brasil enfatiza o uso de energias renováveis na geração de eletricidade e no setor de transporte com uso do etanol, mas, apesar de ter meta de 10% de redução de consumo até 2030, não pontuou em políticas governamentais. Para atender às suas metas climáticas e colher os múltiplos benefícios da eficiência energética, os países devem desenvolver eficiência em seus planos econômicos relacionados à energia e aprender uns com os outros, emulando políticas inovadoras e melhores práticas.
A eficiência energética terá que responder por quase metade de todas as reduções de emissões de gases de efeito estufa necessárias até 2040
para limitar o aumento global da temperatura a 2 graus Celsius, de acordo com a Agência Internacional de Energia.
*É arquiteta urbanista, mestre em regulação energética e gerente de eficiência energética da Neoenergia/Coelba – acmascarenhas@neoenergia.com